Empresário é encontrado morto em buraco no Autódromo de Interlagos: o que se sabe até agora

Empresário é encontrado morto em buraco no Autódromo de Interlagos: o que se sabe até agora

Editoria VCO

05/06/2025

O corpo do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, de 35 anos, foi localizado na manhã da última terça-feira (4) dentro de um buraco em uma área em obras no Autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo. O espaço, que recebe eventos de grande porte como o Festival Interlagos 2025: Edição Moto, foi cenário de um caso que chocou familiares, amigos e a opinião pública.

Adalberto estava desaparecido desde sexta-feira (30), quando foi visto pela última vez ao deixar o evento. A área onde o corpo foi encontrado fica próxima ao portão 9 do autódromo, em um trecho que estava interditado para obras de manutenção. O buraco onde ele estava tinha cerca de três metros de profundidade e apenas 45 centímetros de diâmetro — o que dificultou o resgate, feito pelo Corpo de Bombeiros.

Como foi o desaparecimento

O empresário foi ao festival com amigos e familiares e, segundo relatos, foi visto pela última vez caminhando em direção ao estacionamento. A expectativa era de que ele retornasse logo para casa, mas isso não aconteceu.

Imagens de câmeras de segurança captaram Adalberto sozinho pouco antes do sumiço. A família notou a ausência e iniciou as buscas ainda no fim de semana, registrando boletim de ocorrência e mobilizando redes sociais para pedir ajuda.

Somente após quatro dias de buscas, o corpo foi localizado pelos bombeiros dentro do buraco em uma área que estava sendo reformada. O acesso era restrito ao público, o que levanta questionamentos sobre como ele chegou até lá.

Investigações em andamento

A Polícia Civil investiga o caso e aguarda laudos do Instituto Médico Legal (IML) para esclarecer a causa da morte. Exames preliminares indicaram presença de álcool no organismo, mas o corpo não apresentava sinais claros de agressão ou ferimentos externos.

Além disso, roupas e objetos encontrados em lixeiras próximas estão sendo analisados, pois há suspeita de que possam estar relacionados ao empresário. Câmeras de segurança continuam sendo analisadas em busca de imagens adicionais que ajudem a reconstituir os passos de Adalberto naquela noite.

A principal linha de investigação, até o momento, considera a possibilidade de um acidente. No entanto, pela posição do corpo e pelas condições da estrutura do buraco, ainda não está descartada a hipótese de ele ter sido colocado lá por terceiros.

Repercussão e segurança em eventos

O caso levanta discussões sobre a segurança em eventos públicos. O Festival Interlagos reuniu milhares de pessoas durante o fim de semana e contava com esquema de vigilância e organização privada. Ainda assim, a tragédia aconteceu em uma área restrita e sem supervisão contínua.

Especialistas em segurança de eventos destacam que áreas em reforma ou interditadas devem contar com cercamento reforçado e monitoramento constante, especialmente quando há grande fluxo de visitantes. O caso também evidencia a dificuldade em lidar com emergências em locais de grande porte e com estruturas complexas.

O corpo de Adalberto foi sepultado em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, sob forte comoção. Familiares e amigos agora aguardam as conclusões oficiais das investigações, em busca de respostas sobre como e por que tudo aconteceu.

Opinião VCO

A morte de Adalberto dos Santos Júnior em um dos espaços mais emblemáticos da cidade de São Paulo não pode ser vista apenas como uma fatalidade isolada. Ela expõe falhas graves nos protocolos de segurança, sobretudo em locais que recebem eventos de grande circulação como o Festival Interlagos.

É inaceitável que em um ambiente onde milhares de pessoas circulam, um cidadão desapareça e permaneça dias sem ser encontrado — ainda mais em uma área interna, com vigilância e câmeras. Isso indica que há lacunas na organização, fiscalização e controle dessas estruturas.

Embora não se possa antecipar a conclusão das investigações, é possível afirmar que o episódio precisa servir como alerta para prefeituras, organizadores e autoridades. A vida de um cidadão se perdeu em circunstâncias inaceitáveis, e cabe ao poder público garantir que tragédias assim não se repitam. A fiscalização precisa ser mais presente, mesmo nas chamadas “áreas de acesso restrito”. Eventos devem entreter, não expor os participantes a riscos extremos.